domingo, 12 de abril de 2009

SANTUARIO CRUZ DA MENINA -PATOS PB

Eu vou contar pra vocês a história de uma menina que nasceu lá no sertão uma alma nordestina e que teve sua infância tirada na ignorância de uma madrasta malina. Seu nome era Francisca Chiquinha devia ser uma menina querida com as irmãs a crescer quando uma seca maldita lhe fez a pior desdita botando tudo a correr. Foi aqui na Paraíba que o ocorrido se deu lá em Patos de Espinharas foi bem lá que aconteceu essa história interessante dessa família penante e que até já morreu. Quem nasce lá no sertão duas coisas pode ter ou ser muito abençoado ou ter vindo pra sofrer ter vindo viver uma graça ou pagar uma desgraça na medida do viver. Lá se conta uma história de uma nordestinada que nasceu só pra sofrer desde o dia da chegada a seca tirou-lhe o brilho e a dor foi o seu trilho de inocência apagada. Uma família sem nome sofrendo uma seca cruel passando de arretirada a pé debaixo do céu confiou em adoção uma filha do coração a um casal bem fiel. Para não morrer de fome essa menina foi dada a esse casal de nome foi assim tão confiada e partiram pelo mundo o primeiro e o segundo sem saber qual das estradas. Neste sertão sem porteira o sol faz sua seara o mundo nos apresenta dizendo logo de cara que a vida nasce de cacho quem quiser saia de baixo em Patos das Espinharas. Nessa ribeira querida onde a beleza existe na fulorada da terra na vida que sempre insiste sou obrigado a contar no decorrer do narrar uma história bem triste. Em pleno século XX no ano de 23 arreparem a tragédia em outubro, 11 do mês numa noite escurecida Francisca perdeu a vida vou contar só pra vocês. Nasceu em família pobre fugida de seca braba um casal de arretirante por amor a filha salva e dando por doação a filha do coração para outras duas almas. Domila e Absalão o casal agraciado em vez de criar Francisca com amor e com cuidado aproveitaram a questão usaram da escravidão cometeram esse pecado. Francisca, pobre coitada não podia nem brincar vivia sua infância somente pra trabalhar olhando pela janela com os olhos brincava ela com as crianças do lugar. Domila saiu à noite foi buscar Absalão deixando Francisca em casa ainda lavando o chão que depois de terminado devia dar por fechado janela, porta e portão. Francisca se esqueceu de fechar a tal janela Domila quando chegou estufou logo a titela pensando que era ladrão depois de buscar em vão se lembrou loguinho dela. Acordou a pequenina debaixo de cacetada com a trave da janela lhe castigou de pancada e sem a menor razão tentada lá pelo cão matou Francisca a paulada. Embrulharam a menina ainda de madrugada e lá fora da cidade entre pedras foi jogada encontrada noutro dia foi aquela agonia e a Deus encomendada. Botaram ali uma cruz enfeitaram com umas fitas Justiniano passava sofrendo uma seca maldita e se botou a pedir numa oração pra ela ouvir numa promessa bendita. O pedido era de água pro mundo não padecer o que já vinha sofrendo não deu outra, pode crer água veio de montão um mar saía do chão o milagre era de ver. Pelo milagre alcançado necessidade suprida Justiniano agradece fazendo ser construída uma Capela formosa para a menina bondosa por sua prece atendida. Por conta dessa Capela um parque ali se formou abriu-se a boca do céu pra terra esse anjo olhou intercedendo por quem rezando dizendo amém precise do Criador. Quem recebe um milagre pedido numa oração sabe do que estou falando sabe dessa emoção pois quem tem crença na terra esperança não enterra enquanto for um cristão. Cheio dessa devoção o romeiro agradecido vem no parque humildemente vem trazer em seu sentido e assim como eu boto deposita seu ex-voto do milagre merecido. Tem um dia todo ano calendário da Igreja que todo romeiro sonha todo coração almeja enfeitar todos os postes festejar o Pentecostes o fiel assim deseja. A festa começa cedo entra pela madrugada procissão levando a Santa o luzeiro na estrada o romeiro agradecido reza o terço no sentido de Francisca abençoada. A menina dessa cruz inda não reconhecida hoje é Santa do Povo é fiel e é querida e ao lado do sacrário ilumina o santuário de Maria concebida. Foi escrava nessa terra mas ganhou o paraíso fulorou nosso sertão aguou o mais preciso deu perfume a nossa vida nesse chão de tanta lida com o ar de seu sorriso. Francisca, nossa menina! ajude nossos irmãos rogai pelos desprovidos amansai nosso patrão enchei a vida de flores recebei nossos amores em troca desse sertão. Construído pelo Estado em 1993, com o apoio da Prefeitura de Patos-PB e sua Diocese, o Santuário da Cruz da Menina se presta a lembrar a pequena Francisca, morta no ano de 1923, adorada e vene- rada nos dias de hoje como uma Santa do Povo.

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