quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

FUNDAÇÃO DE SALVADOR - BAHIA

SALVADOR HOJE,(1999)

A capital da alegria, da cultura, terra do carnaval, capital afro-brasileira, berço de todos os ritmos.

São títulos atribuídos à bela Salvador, pelo seu passado, pelo seu presente, pelas artes atemporais que acrescentam encantos à sua magia natural.

A peninsular capital da Bahia é hoje a terceira cidade do país , com 2,3 milhões de perenes foliões sob o clima tropical. O sol constante é a fonte de energia do povo mais festeiro do Brasil, que emana sua singular cultura afro-baiana manifestada nos ritmos , festas populares, capoeira e culinária.

À entrada da Baía de Todos os Santos, Salvador foi edificada em dois níveis :

Cidade Baixa

Uma faixa de planície litorânea;

Cidade Alta

Sobre um planalto aproximadamente 70m acima do nível do mar. Salvador, em toda sua expressão, não caberia em uma cidade só. Ladeiras íngremes, modernas rampas, planos inclinados e o elevador Lacerda ( que data de 1873) ligam os dois "pavimentos". Os 50km de praias, também elo das cidades, começa nas areias da praia do Flamengo, seguindo por Stella Maris e passa uma tarde em Itapoã. Chegar à Barra exige a passagem em Jaguaribe, Jardim de Alah, Rio Vermelho e Ondina, outras praias destacáveis de Salvador. Na cidade baixa , Cantagalo, Roma, Boa Viagem e Ribeira. Itacaranha, São Tomé de Paripe e Inema, na zona suburbana de Salvador, encerram a maré alta de encantos.O maior patrimônio arquitetônico barroco da América Latina remete-nos ao tempo em que Salvador era a capital do Brasil Colônia. Só no centro histórico são quase 500, entre igrejas ( que, acreditam alguns, são 365, uma para c

ada dia, para cada santo, para Todos os Santos), palácios, fortalezas e monumentos que testemunham histórias memoráveis daquela época. O Pelô, como é carinhosamente chamado, abriga um superlativo centro de cultura e lazer. São galerias de arte, teatros , museus, bares que fazem das suas caminhadas por suas ruas e becos um degustar contínuo de cultura temperada com dendê.A culinária é outro forte indício da contribuição negra na cultura, desde os tradicionais acarajé e abará às muquecas e efós. É o menu que abastece de energia suficiente para acompanhar o ritmo festivo da Bahia, principalmente durante o carnaval, maior festa de rua do Brasil. Na Bahia a puxada do trio dura 7 dias, blocos afro, afoxés, cordões populares, grandes bandas de axé e estrelas da MPB desfilam e cobrem as avenidas com decibéis de folia.É esta cultura peculiar o maior motivo de orgulho da cidade, que este ano completa 450 anos. Salve, Salvador!

SALVADOR ONTEM,(ANTIGA)(1912)

A nossa história começa em 1501, quando Américo Vespuccio descortina a Baía de Todos os Santos. Sua posse foi oficializada com a colocação do marco da coroa portuguesa, onde hoje está localizado o Forte e o Farol da Barra. Bela e segura rota, o local passa a ser freqüentemente visitado por esquadras em trânsito (a vocação turística de Salvador já se fazia presente). Não se instalou nenhum princípio de povoação logo no início da descoberta, no entanto.
Em 1510, Diogo Álvares Correia, que destinava-se às Índias, termina naufragando na Baía de Todos os Santos. Os índios Tupinambás pescam a tripulação e a devoram. Apenas um sobrevive, é poupado pela tribo por ser extremamente magro e alto, não sendo, portanto, um bom "prato", fato que explica o apelido que lhe foi dado e como passou a ser mais conhecido : Caramuru. ( Caramuru ou moréia é um peixe esguio e comprido característico da região). Ele conquista a confiança dos índios e casa-se com a filha do cacique Taparica, a Paraguaçu , que recebe posteriormente o nome Catarina, em seu batismo na França. Surge daí o primeiro núcleo de povoamento da baía. Localizava-se entre o bairro da Graça e a Vitória, e, acreditam alguns historiadores, foi chamado de Salvador em alusão ao naufrágio. Foi considerado um patriarca, sua prole foi tão numerosa que Gregório de Matos o chamou de "Adão de Massapê" ( massapê : terra argilosa da Bahia, ideal para cultura da cana-de-açúcar.) a miscigenação, hoje traço marcante da cidade, tem aí seu início. Portugal, no entanto, pouco estava interessado com o que se passava por aqui. Não tendo encontrado metais preciosos como a Espanha em suas colônias, ocupava-se com o ainda rentável comércio de especiarias da Índia. Apenas com a ameaça dos recém -formados estados nacionais da França, Inglaterra e Holanda, que, por ter sido tardia, ficaram de fora do tratado que dividia o mundo entre os países ibéricos, Portugal decide ocupar a colônia, para evitar a perda. D. João III, monarca português, divide, então, o Brasil em capitanias hereditárias, medida colonizadora mais adequada para a situação - reduzia os investimentos diretos da coroa, já que cabia ao donatário zelar pela defesa e geração de riqueza explorável na colônia e , evidentemente, pagar imposto.A capitania da Bahia foi doada a Francisco Pereira Coutinho, que chegou aqui em 1536 e fundou a vila da Bahia, no lugar onde ainda se localizam o Forte de São Diogo e a Igreja de Santo Antônio da Barra. Conta-se que a tripulação que o acompanhava assustou-se com a presença de um branco entre os nativos; era Caramuru, agora seu mais próximo vizinho. Pereira plantou algodão e cana-de-açúcar, mas seus esforços de povoamento têm fim um ano depois, com um naufrágio também na Baía de Todos os Santos. Neste dia, a refeição foi farta na tribo tupinambá, prato principal : Francisco Pereira Coutinho. Caramuru funde as duas vilas que passam à denominação geral de Vila Velha, em contraposição à cidade posteriormente fundada. A capitania da Bahia não foi a única a fracassar. A falta de recursos para investimentos e de segurança, o isolamento das capitanias entre si foram fatores que se somaram definindo o malogro. D. João, também preocupado com o poder absoluto dos donatários em suas capitanias e desconfiado da sonegação dos impostos, implanta um governo geral que pudesse centralizar os interesses da coroa. A família de Pereira Coutinho, não querendo dar continuidade ao empreendimento, vende a capitania a Portugal, onde, então, fundaria a sede do governo geral. A idéia de D. João era "mandar fazer uma fortaleza e povoação grande e forte, em lugar conveniente". O encarregado da missão era Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil, que chega aqui em 1549, no dia 29 de março, data oficial de nascimento da capital ( no calendário católico, dia do São Salvador, fato a que outro grupo de historiadores atribui o nome da cidade).Nos primeiros dias, sua tripulação ocupou a Vila Velha (liderada por Caramuru), povoado pouco próspero e cuja localização parece não ter agradado Tomé de Souza, que veio a estabelecer a primeira cidade do Brasil onde hoje é a Praça Municipal. Os desenhos e plantas de construção vieram do reino. Seus limites eram os seguintes : * ao sul : pela porta de Santa Luzia, no sítio onde hoje a Rua Chile encontra-se com a Praça Castro Alves.* ao norte : na porta de Santa Catarina, no limite atual entre a Praça Municipal e a Rua da Misericórdia, junto à esquina com a ladeira da Praça.* pela face leste : uma barroca pequena - chamada Barroquinha.Nascia Salvador, que seria a porta do Brasil, capital do Atlântico Sul até 1763. Começava a efetiva ocupação do Brasil pela administração lusitana.

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